Hoje no café da manhã o João (marido) estava me falando que
algumas pessoas não acreditam que o Luca já consiga dormir por tanto tempo no período da
noite (essa noite foram seis horas e 45 minutos), e, pensando nas coisas que
fazemos com o Luca desde que ele veio para casa, o João me perguntou porque eu
não escrevia sobre isso.
Acho muito delicado
escrever sobre essas coisas (educação de filhos) porque não existe receita ou
fórmula mágica, cada casa é de um jeito, cada mãe, cada pai, cada filho, cada um tem a
sua história.
Coincidentemente hoje enquanto estava escrevendo sobre isso li no
blog Macetes de Mãe sobre a experiência frustrada da Shirley com a amamentação. www.macetesdemae.com
De antemão afirmo, amamentar não é nem um pouco fácil,
requer tempo, paciência, disposição e alguns outros fatores que por vezes não
dependem exclusivamente da vontade da mãe de amamentar.
Para mim está dando
certo (graças a Deus), ainda assim não posso mentir e dizer que é sempre um
mar-de-rosas, em alguns dias eu fico super cansada e tenho vontade de dormir 24
horas seguidas, se passo o dia todo sozinha com ele depois das 18h00 já estou um caco (não é “só” amamentar, tem que brincar, trocar fralda, fazer
dormir) em outros tenho dor de cabeça, mas ainda assim “reseto” o cansaço
quando vejo os olhinhos do meu pequeno fixos nos meus, vislumbro um sorriso e durmo
as minhas seis horas seguidas...nessas horas agradeço a Deus pelo dom de
amamentar (pelo leite ter descido na hora certa, por não ter rachadura nos bicos dos seios).
Não, o Luca não é o bebê-modelo, que mama-brinca-dorme, e eu
também não sou a mãe perfeita e calma em tempo integral. Nenhum dia dele é
igual ao outro, mas isso pode ser por diversos fatores: as mamadas durante o
dia não foram suficientes, o humor dele ou o meu não está 100%, um pouco de
cólica, alguma irritação (dele ou minha) e assim vai.
Um padrão o Luca estabeleceu: dorme por pelo menos 05
horas seguidas a noite desde o segundo mês e adormece sozinho no berço, já chegou a dormir por oito
horas e meia direto (mas foi uma vez). Ultimamente tem dormido umas 06h30. Mas
não, não foi sempre assim, e no primeiro mês eu acordava a cada duas horas para
amamentá-lo, o estômago era menor então o pequeno sentia fome mais rápido. Não
criei nele o hábito de fazê-lo dormir a noite, embalar, etc...no dia-a-dia ele
foi aprendendo a separar a noite do dia, isso porque a rotina da noite para
dormir é cumprida religiosamente, e ele gosta da escuridão total, qualquer
claridade que permita que ele enxergue os bichinhos do móbile já faz com que ele
se distraia e não pegue no sono (vai ver que é por isso que durante o dia temos
que fazê-lo dormir com alguma coisa cobrindo seus olhos, evitar a distração).
O pediatra me disse que o ser humano é o único animal que
perdeu o instinto então tenho tentado pensar nisso diante de tantas teorias que
li e que me falam (ser mãe é adquirir a incrível habilidade de extrair só as
coisas boas dos milhares de pitacos que as pessoas dão), e assim cada dia é um
aprendizado e vamos nos adequando à personalidade do Luca.
Uma coisa é fato, durante o dia ele não adormece sozinho,
não adianta, ele gosta de companhia, e não consigo deixá-lo chorando, por que?
Porque não quero e ponto (não condeno quem faz de forma diferente). Tenho tempo
para ficar com ele, a licença de 06 meses me permite me dedicar ao meu pequeno
em tempo integral, tenho um anjo que me ajuda em casa três vezes por semana e
minha mãe que vem para cá para ficar comigo semana sim semana não (eu também
surto, e fico cansada de ficar sem outra companhia durante o dia).
Sim, meu filho chora no carro quando está com fome, esgoela,
e não, não vou tirá-lo do bebê conforto e amamentá-lo com o carro em movimento,
é uma questão de segurança, e com isso não se brinca. Não vamos parar em
lugares perigosos para fazer isso também.
Eu calculo o tempo máximo que sei que ele fica sem mamar (geralmente 3
horas), se ele acordar antes disso ele espera um pouquinho até que consigamos
um lugar apropriado para cuidar dele. Isso não faz de mim uma mãe “cruel”, pelo
contrário, faz de mim uma pessoa consciente de que a segurança do meu filho é
prioridade. E não, ele não passa fome, ele está muito bem obrigada, com quase
seis quilos e crescendo acima da média, portanto, acho que estou indo pelo
caminho certo.
Descobri que a palavra essencial da maternidade é PACIÊNCIA (com o Luca!!!!).
E assim, paciência virou meu mantra desde o primeiro instante em que me vi como
mãe. E também é necessário aprender a ser firme nas decisões, NÃO QUERO QUE
SEJA ASSIM E PONTO, virei uma leoa!
Na maior parte do tempo procuro manter a calma, mesmo que o
Luca esteja chorando, as vezes canto uma música (geralmente Milton Nascimento,
que já cantava desde a barriga, as vezes um sertanejo bem acelerado quando é
hora de brincar), as vezes converso com ele, e agora descobri que ele gosta de
massagem (não a massagem dos gases que eu já fazia pelo menos duas vezes por
dia).
Por falar em paciência, não falo de paciência só com o baby
não, paciência com a minha inexperiência, meus medos, inseguranças, falação dos
outros, conselho é bom só quando a gente pede!!!
A primeira coisa que me falaram no hospital era para não
deixar o meu filho dormir nas mamadas, e, para isso, eu poderia mexer na
bochecha dele, mexer abaixo do queixo e se preciso fosse, tirar a roupinha dele
para ele acordar. Resultado, filho irritado e mamãe desesperada. Mas o
resultado mais desastroso era que o Luca só chorava, e à noite era pior. Eu
achando que a teoria de amamentar a cada três horas tinha que ser seguida à
risca, e meu pequeno “passando fome”. Graças a Deus aqui na minha cidade tem
uma pessoa que orienta as mamães que tem dificuldade em amamentar. Logo no
primeiro dia que ela veio o Luca dormiu mais calmo e a fralda no dia seguinte
“acordou cheia”. Lição básica, fazer massagem suave pelo corpo do pequeno para
acordá-lo, massagear o seio com movimentos circulares para estimular a saída do
leite, e trocar a fralda entre um seio e outro para despertá-lo (hoje já não
preciso mais desse artifício, o pequeno é tão comilão que sai de um peito e já
quer ir para o outro).
Concordo com quem diz que a chave da tranquilidade da
criança é a amamentação. Mas adicionaria um comentário, a chave é a
“alimentação”, no peito ou na mamadeira, tem que insistir, acordar, deixar o
bebê saciado. Se ele cochilar na mamada, acorde-o, ele precisa aprender que
aquela é a hora de se alimentar. Para quem segue a livre demanda o processo é
outro, cada um tem seus métodos.
Com dois meses a amamentação do Luca estava em ordem, até
hoje ainda não há um padrão de hora e nem de duração das mamadas (no estilo
“Encantadora de Bebês). Não tenho seguido a livre demanda, mas uma livre
demanda orientada. Marco a hora que o Luca terminou de mamar e ele até dois
meses mamava depois de duas ou três horas e eu tentava ao máximo fazer com que
ele se aproximasse dos 20 minutos em cada seio, às vezes mais, as vezes menos,
mas procurava ficar à disposição do pequeno por todo esse tempo. Agora com três
meses ele tem mamado durante o dia por 20 minutos (dez em cada seio), mas não é
essa perfeição, tem que ter paciência, insistir, persistir, mudá-lo de posição,
estimular a mama, segurá-lo firmemente junto ao seio. Se ele tiver preguiça,
ele mama um seio e deixo ele cochilar (não dormir!) um pouco, depois de 10 minutos ele acorda
querendo mamar o outro peito. Ah, e depois de cada mamada UM COPÃO DE ÁGUA,
para fazer mais leite!!! rs
O Luca dorme no berço desde que veio para casa, aprendemos a
fazer um “charutinho” e ele dorme direitinho, só acorda para mamar e volta a
dormir sozinho. Fixei o horário do banho e procuro dar banho entre as 21h00 e
as 21h30, se ele começa a chorar muito depois do banho eu só coloco a fralda e
deixo ele mamar um pouco para acalmar (meu pequeno não curte sentir frio...rs).
Essa rotina nós fazemos desde o começo, e hoje a gente “nada de braçada”. Desde
que ele veio para casa que eu, depois do banho, vou baixando o tom de voz,
acalmando o pequeno e depois de trocado e pronto para dormir, apago a luz e
deixo ele mamar à vontade, em silêncio até ele ficar “mole”, e se ele for,
mesmo que acordado para o berço, dorme sozinho.
O quarto dele é ao lado então já percebemos que não é
necessário deixar a câmera acesa e o som ligado, o ouvido da mamãe escuta o
primeiro chorinho.
É claro que o Luca não é um robozinho, e tem dias que acorda
mais de madrugada ou que briga com o sono durante o dia, mas, no geral, ele é
um fofo e gosta bastante da rotina.
Isso é fato, bebês gostam de rotina, nós gostamos de rotina.
Para quem leu o livro “A encantadora de bebês” o Luca entrou
sozinho na rotina do EASY (Comer, Brincar, Dormir e VOCÊ)...a parte do “você”
não dá para ser gozada em sua plenitude, ainda fico de olho nele o tempo todo,
mas consigo cozinhar, fazer minha unha, hidratar o cabelo, tomar um banho mais
demorado, escrever...etc, etc, etc...
Por hoje é só...muito blá blá blá...coisas de mãe que as
vezes fica sem conversar com adultos o dia todo....rs....
Beijo gigante
Ju